No segundo dia de aulas, uma menina confessou que
tinha ido à internet para ver como se dizia “bonita” em inglês. “Então porquê?”.
“Queria dizer que és muito piti”. Ohhh,
não é de derreter? Pretty! Não só
quis elogiar-me como foi aprender inglês para casa. Foi o céu. Mas divino mesmo
foi saber que a benjamim da turma, de cinco anos, gostava muito das aulas da “maigode”. Os meus constantes "Oh, my God" valeram-me o epíteto e até as funcionárias já o adotaram. Agora, o meu nome é god, my god!
Um blogue sobre a arte de doar o corpo à docência. Uma dádiva divertida, cansativa, emocionante mas nunca, nunca monótona.
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
# 10 Mimos
Os pequenos terroristas podem ser encantadores. Nessas
ocasiões renova-se o amor à profissão e o ego rejubila. Pode até ser lisonja
descarada ou uma esperteza recém-adquirida mas miminhos são miminhos e sabem bem
na mesma. E se forem acompanhados de um belo sorriso desdentado e covinhas
encantadoras, então não há quem resista. Olhem a sorte, receber abraços,
beijinhos e festinhas a toda a hora? E se são competitivos no resto, na disputa
pelo mais amoroso também não se acanham. Quando algum se lembra de dar uma flor
à teacher é quase certo que algum
canteiro vai ficar depenado. As muitas missivas de “Gosto da purfesôra (e
variantes)” - e respetivo desenho, invariavelmente eu e o admirador(a) - que vou guardando são também o resultado dessa contenda
pelo título “eu é que sou o mais fofinho e querido para a teacher”. Nos intervalos, conquistar a mão da teacher é troféu
apetecido. Fosse eu um polvo e ainda assim não teria tentáculos suficientes
para satisfazer a procura.
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