sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

# 16 Valentine’s

Roses are red/ Violets are blue/ Sugar is sweet/ and so are you... Os miúdos vibram com o Valentine’s Day. Por mais que tentemos transformar a ocasião numa celebração da amizade e amor à família, eles querem mesmo é falar de namorados. Nos cartões que improvisamos, os corações e muitos “I love you” raramente são para os pais ou amigos. A Andreia, 6 anos, confidencia-me orgulhosa: “Eu tenho um namorado, é um preto (sic). Chama-se João.” Está feliz e nas tintas para o politicamente correto. A Catarina, também. Tem dois namorados e precisa de um cartão extra. Já a colega do lado resolve o assunto colocando o nome dos vários namorados no mesmo postal. Rendo-me. O Acácio, para ser ainda mais avançado, declarou que era casado e tinha cinco filhos(!). Não querendo explorar o tema, disse-lhes apenas que meninos pequenos não podiam casar. A Taíssa concordou “Só aos catorze, ticher. A minha irmã já tá prometida mas só pode casar quando for grande”. Aos catorze, portanto. Esquecia-me que na gipsylandia as coisas eram ligeiramente diferentes. Calei-me. Mas a data é propícia às perguntas indiscretas:  “Também vais fazer um cartão para o teu namorado?” Respondo “Eu não tenho namorado”. Espantados: “Não?!” Diz o mais sabido: “Claro que não, os velhos não têm namorados, são casados. Não é?” Explico que nem sempre é assim e choco-os ainda mais com a revelação que também não era casada. O que fui dizer! O Acácio olha para mim e diz ”Isso é muito estranho! Tens um filho e NÃO és casada?” Velha e ainda por cima sem um marido, could it get any worse? Hey, kids! Leave this teacher alone.

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